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ME TOO, GALATÉIA

Estreia em

2018

“Alegoria da criação ou da dominação masculina? O coreógrafo brasileiro Pol Pi nos lembra toda a violência simbólica contida na fábula de Ovídio sobre Pigmalião (in Metamorfoses, Livro X). Por trás do apego do artista à sua obra, chama atenção a passividade de Galatéia, que nem sequer tinha nome no texto original. Numa época em que os pensamentos mais retrógrados se expressam em plena luz do dia no Brasil, Galatéia é aqui o ponto de partida para uma reflexão sobre a idealização e formatação dos corpos através do olhar patriarcal.»
- Adrien Leroy, para La Pop

Esta performance foi criada graças a um convite da Péniche Pop, cujo programa (Re)leituras propõe a artistas de diferentes disciplinas artísticas a reinterpretação de um texto clássico. Em 2018, o texto proposto foi "Metamorfoses", do poeta latino Ovídio, e coube-me a 8ª fábula do Livro X, aquela que conta a história de Pigmalião.

Na mitologia grega, Pigmalião era rei da ilha de Chipre que, segundo Ovídio, decidiu viver em celibato por não aceitar a atitude libertina das mulheres da ilha, conhecidas como cortesãs. Também escultor, ele cria sua própria versão da mulher ideal e acaba se apaixonando pela estátua que esculpira.

Tomei essa fábula como uma espécie de mito fundador do machismo e trabalhei em torno da questão de como o olhar patriarcal quer moldar os corpos ditos “diferentes”. A criação dessa representação ocorreu durante o período eleitoral de 2018 no Brasil (sendo a estréia no próprio dia do segundo turno que elegeu Bolsonaro) e a fábula de Ovídio acabou sendo também uma oportunidade para dar corpo às questões políticas que dividiam o país e que me afetavam visceralmente.


Uma performance por e com: Pol Pi
Elementos plásticos e olhar de fora: Rachel Garcia
Com as vozes de: Lawrence Williams, François Lewyllie, Quentin Barbosa e Martin Paurise
Produção: NO DRAMA
Produção executiva: Latitudes Prod. – Lille / Louis Eonnet
Administração: Adèle Devos
Communicação: Louise Marion – Astrid Herbron
Coproduções: Rencontres Chorégraphiques Internationales de Seine Saint-Denis e Latitudes Contemporaines.
Com o apoio do estúdio Flow da Maison Folie – Wazemmes & Moulins / Lille.
A companhia NO DRAMA tem o apoio do Departamento da Seine-Saint-Denis.
Essa performance foi uma encomenda da La Pop (Paris), criada no dia 30 de outubro de 2018, dentro do ciclo (Re)leituras consagrado às Metamorphoses de Ovídio.

Fotos: ©Marc Domage
©Hervé Véronèse
Teaser: Morgad Le Naour

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